Mal me quer e já desiste. Sequer testaste tentando.
Vago senso, sentir nada. Talvez de quando em quando.
Palavra por palavra, pensada, face parada, mudez.
Cala e grita, credo nas cruzes, mas que bela palidez.
Não passe mal, eu só peço, nem tenha assim tanto medo.
Me reza e me chora e quem sabe me critica, tua boa intenção.
Me jura e fere e cura, me estraçalha inda hoje, cedo, cedo.
Mas nem agora nem depois, quem sabe quando, coração.
Um momento, aguarde, aguarde. Já não tarda.
Talvez morra dentro em pouco. Fosca, parda.
Vejo era que finda. Percebendo, percebendo.
São meus olhos ou é tudo que já some consumido?
É agora, já percebe? Inda estará me ouvindo?
Oh sim, a senha, a senha. Eu já ia esquecendo.
Pedro Luiz Da Cas Viegas.
Porto Alegre, 26/11/2004
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