domingo, 2 de dezembro de 2012

Protopenso

Protopenso em azul vazio
Para libertar a mente deste moedor
Mói dor
Mó de medo

Protopenso leves flores
Sem venenos ou espinhos
Brisa fresca no relvado
Inocentemente verde
Protopenso fugir desta rede

Sinto mais do que penso
Protopenso



Pedro Luiz Da Cas Viegas
Gravataí, 29/09/2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

A adega de dias perfeitos


Tema recorrente
Avilóquios, canilóquios
Dia ensolarado
Vozes, risos
Gentes dormitam saciadas
Ressonam profundamente
Adormecidas no vazio

Tema insistente
O mesmo tema, sempre o mesmo
O que haveria de mudar
Com que poder
Com que vontade
Alterar eternidade?
 
Vai aonde?
Vai à festa?
Festa após festa
Após festa e o que resta
 
Após uma longa doce sesta
Acumulando um currículo de horas festejadas
Acumulando um montículo de horas bem gozadas
A conclusão há de chegar curta e certa
 
O tempo é destilado dos eventos
E o sono o impregna de fermentos
Avinagrado, o fim do dia engarrafado
Rotularei mais um na minha adega
Mais um litro deste vinho descarnado



Pedro Luiz Da Cas Viegas

Porto Alegre, janeiro 2003