terça-feira, 24 de julho de 2012

Minha fraca eterna chama

Brilha em tudo que se foi e permanece sendo.
Meu corpo-alma é todo brilho ao sentir teu som.
Sinto o frio e sinto o sol e assim estou mais desperto
E sinto mais a vida que por muito pouco esqueço.

Mesmo enquanto falas sem que eu te ouça,
Mesmo assim tão surdo e cego sinto:
Estás aqui, não há mais nenhum além.
E mudo. E ainda mais emudecido permaneço.

E sofro alegria por saber ser pequena parte tua
Contemplando tua obra de horrores e belezas.
E por um momento sou eterno na certeza

De que me tocas pelo ar, pela chuva e pelo pó da terra nua.
De que me falas pelas vozes das caladas multidões.
E que me ouves e manténs a minha alma, minha fraca chama acesa.


Pedro Luiz Da Cas Viegas    
Porto Alegre, 30/11/2004

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