quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Caro Dr.


Caro Dr.

Não suporto ignorar o meu próprio ser.
Preciso ser o que sou nesta alma vivente.
Por mais que seja a droga potente,
Esta alma não tem mais recurso.
Eis que a vida surgiu de um impulso.


Caro Dr.

Permita viver meu niilismo abjeto.
Permita viver meu viver sem projeto.
Permita agora caminhar com meus passos,
Sem querer explicar as razões dos fracassos.


Caro Dr.

Não pretendo me enquadrar no modelo vigente.
Por mais que eu erre não deixarei de ser gente.
Por mais saciado não estarei satisfeito:
Na mais bela flor somente vejo defeitos.


Obrigado Dr.

Sinto agora aceitar minha percepção deste mundo.
Aceito, desejo e alimento cada vez mais profundo.
O que eu quero e talvez tão logo consiga.
Tantas outras insânias minha alma persiga.
Paciência Dr.
A conta Dr.
Até quando Dr.


Pedro Luiz Da Cas Viegas.
Porto Alegre, 02 de Julho de 2001


3 comentários:

  1. Nem sempre o Dr. nos atende e nos cura...
    Um magnífico poema. Gostei muito.
    Um abraço, caro amigo Pedro.

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  2. Um belíssimo poema. Uma alma sensível. Acredito ser uma das melhores expressões suas. Parabéns.

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  3. Uma oracao, um pedido de urgencia e uma expressao. Belo poema!

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