sexta-feira, 10 de maio de 2013

O molusco


Choveu um pouco neste final de tarde. Na noite quieta
sobre a floreira, discreto, um caracol espia seu mundo. Não.
Hoje não estou disposto a matar nada. Pego o simpático molusco
e o coloco sobre uma Saintpaulia. Alguém não gosta disto. Não,
não vou atirá-lo às pedras da rua.
Agora ele deve estar continuando sua busca. Talvez
pense ao seu modo invertebrado.
E eu continuo sem saber se sei se vale a pena pensar.



Pedro Luiz Da Cas Viegas
Porto Alegre, maio, 2005.

4 comentários:

  1. Demais, show!!!! Gostei muito em particular deste poema.

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  2. Muitas vezes temos a sensação que a resposta é negativa. Mas passa (rss). Abraços!

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  3. Vi o caracol sendo retirado
    do seu lento percurso
    e colocado na planta
    é bom um poeta que nos faz
    acreditar nos seus versos.

    Luiz Alfredo - poeta

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  4. Muito bom...! Mas e quanto ao caracol...?! Era do tipo africano?! rs Seja o que for, como tudo na vida também merece um verso na poesia! Essa sem distinção de raça ou espécie e que assim pode dedicar o seu "maravilhoso" a tudo! Belíssimo texto! Um grande abraço!

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