sábado, 1 de dezembro de 2012

A adega de dias perfeitos


Tema recorrente
Avilóquios, canilóquios
Dia ensolarado
Vozes, risos
Gentes dormitam saciadas
Ressonam profundamente
Adormecidas no vazio

Tema insistente
O mesmo tema, sempre o mesmo
O que haveria de mudar
Com que poder
Com que vontade
Alterar eternidade?
 
Vai aonde?
Vai à festa?
Festa após festa
Após festa e o que resta
 
Após uma longa doce sesta
Acumulando um currículo de horas festejadas
Acumulando um montículo de horas bem gozadas
A conclusão há de chegar curta e certa
 
O tempo é destilado dos eventos
E o sono o impregna de fermentos
Avinagrado, o fim do dia engarrafado
Rotularei mais um na minha adega
Mais um litro deste vinho descarnado



Pedro Luiz Da Cas Viegas

Porto Alegre, janeiro 2003

3 comentários:

  1. Li alguns poemas e fiquei a gostar da tua poesia.
    É diferente da minha, mas ainda bem, porque quantos mais géneros houver, tanto melhor...
    Pedro, obrigado pela tua visita. Volta sempre.
    Um abraço.

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  2. Olá Pedro,
    Embora escrevemos diferentes poesias,
    sua ode poetica é bela, Eu gostei.

    Estarei de braços abertos para nossa parceria poética.

    Beijos e seja sempre muito bem vindo.

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  3. Eu o vi no Nilson e não resisti à curiosidade. Poesias são de um encantamento tal que busco ler aquelas que me dizem algo, independente do estilo.
    Essa adega tem conteúdo indigesto, fruto de mais um dia sem respostas. Você escreveu o poema em 2003, mas o conteúdo não se perdeu nesses anos. Abraços!

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